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Psicóloga estimula jovens a empreenderem por meio do associativismo em Manaus

Ter uma carreira de sucesso e fazer o que ama aos 30 anos. O equilíbrio que muitos jovens buscam está resumido na trajetória da psicóloga Ananda Carvalho, que encontrou no empreendedorismo sua satisfação profissional. Hoje estimula outros jovens a seguirem o mesmo caminho através do associativismo, área em que milita como diretora Nacional de Projetos na Conaje – Confederação Nacional de Jovens Empresários e da comunidade Global Shapers.

Em entrevista ao +DINHEIRO, ela conta um pouco do seu trabalho e de como a cultura empreendedora ainda precisa crescer no Brasil.

Quando começou a fazer a faculdade de psicologia, já tinha certeza que era isso que queria?

Eu tinha certeza que o meu perfil seria para trabalhar com psicologia nas organizações, no entanto, ao longo do curso eu conheci a CONAJE - Confederação Nacional de Jovens Empresários"; participei de uma reunião no estado de Santa Catarina e voltei encantada com a força dos jovens empresários competentes construída no associativismo e retornei com olhos mais atentos em “como associar a psicologia e o empreendedorismo?”. Aqui nasceu o desejo de empreender na psicologia das organizações.

Qual a diferença entre os empreendedores?

Afinal, o que diferencia uma pessoa “mais empreendedora de uma pessoa menos empreendedora” são os comportamentos diferenciados, como iniciativa, persistência, correr riscos calculados, estabelecer metas, planejar e monitorar, usar rede de relacionamento ou seja, puramente objeto de estudo da psicologia. Isso é o que chamamos de “características do comportamento empreendedor” - muito trabalhadas no curso Empretec do Sebrae.

Como funcionam as metodologias na training?

Na Training, todas as metodologias criadas e aplicadas tanto nas consultorias quanto nos treinamentos trazem técnicas da psicologia aplicadas ao ambiente de negócios das empresas que atendemos, de forma personalizada, e isso tem proporcionado nosso diferencial de mercado. Conseguimos imprimir na prática a “psicologia ao empreendedorismo”.

Como é conciliar a vida de empresária, projetos pessoais, participação na AJE, atividades pessoais e outras atividades?

O associativismo é apaixonante, pois as ações beneficiam não somente a sua própria vida e empresa; beneficiam e apoiam uma classe inteira, suas famílias e colaboradores. O tempo é um grande desafio, pois no associativismo o trabalho é totalmente voluntário, mas extremamente gratificante. Ao longo de seis anos no movimento associativo da AJE Amazonas e Conaje, aprendi gradativamente a equilibrar. Nada em extremo é benéfico, mas tudo que é programado traz mais resultados. Portanto, a disciplina é crucial para quem é empresário e voluntário, e o desprendimento de boa parte de seu tempo livre também é inevitável.

Como foi o processo de fundação da AJE?

A AJE iniciou como um pequeno núcleo de jovens da Associação Comercial em 2010 - hoje nossa parceria - e foi crescendo gradativamente ao ponto de extrapolar as fronteiras do comércio e ter adesão de empresários também do serviço, indústria e tecnologia. Por essa razão, os quatro jovens que participaram do início da gestão à época, decidiram fundar a AJE. Hoje, estamos com mais de 100 associados multisetoriais no Amazonas, já na segunda gestão.

Quando você pensa no objetivo da associação e o que ela alcançou e as atividades que desenvolve atualmente?

A principal mudança que vemos, inicialmente em quem participa das AJEs por todo o Brasil e da Conaje, é a transformação de uma visão e atuação individualista para a coletiva. Paramos de pensar no próprio umbigo e passamos a empreender em prol de um bem coletivo

Qual foi a principal motivação para se tornar empresária?

Particularmente falando, posso afirmar que só me tornei empresária por inspiração da Conaje, pois antes de ter contato com esses jovens, muito embora eu já trabalhasse com empreendedorismo, a possibilidade de me tornar empreendedora sequer havia passado pela minha cabeça.

De todas as experiências e conquistas, qual a que você destaca mais importante?

Sem dúvida, dentre todos os desafios até este momento, a conquista de abrir minha própria empresa e conseguir prosperar naquilo que eu mais gosto de fazer merece destaque por vários motivos: 1. O Brasil não é um País que estimula o jovem a empreender, mas a ser concursado ou bem empregado; 2. Quando o jovem resolve quebrar esse paradigma, esbarra na falta de preparo, falta de capacitação e crédito para o primeiro negócio; 3. A burocracia e a alta carga tributária faz você gastar muito antes mesmo de conseguir faturar. Mas com todos os desafios, quem acredita no seu modelo de negócio e apresenta um bom trabalho tende a prosperar.

Qual a sua visão sobre a crise no Brasil? Quais as estratégias para sair dela?

Temos que ser bem realistas e entendermos que temos uma crise política que ocasionou crise econômica em razão de estratégias tomadas equivocadamente e isso tende a piorar como vemos todos os dias ao ler o jornal ou assistir o noticiário. Empresarialmente falando, de maneira geral, todos estamos atentos aos acontecimentos e analisando os cenários: de olho nas reduções de custos, na otimização de fluxos e processos nas empresas, na diferenciação pelo atendimento. Exatamente por isso que para o meu segmento de atuação na training, a crise tem sido uma oportunidade muito grande, pois as empresas estão tomando nesse momento todas as providências para manter a competitividade e sustentabilidade que o momento exige e que certamente só iremos começar a respirar mais aliviados em 2017 e para isso, a atuação de um agente externo na empresa, como a consultoria, torna-se necessária. Portanto, 2016 para o empreendedor é o ano de vender lenços.

A Crítica - Manaus/AM - 03/01/16

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