SBP Sociedade Brasileira de Psicologia

Nota de Repúdio da SBP ao Corte de Verbas às Universidades Federais

Nota de Repúdio

Nota de Repúdio da SBP ao Corte de Verbas às Universidades Federais

Todas as universidades do país seguem as finalidades da educação superior definidas pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDBEN (Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996). Pelo Artigo 55 da mesma lei, caberá à União assegurar, anualmente, em seu Orçamento Geral, recursos suficientes para manutenção e desenvolvimento das instituições de educação superior por ela mantidas. Os cortes no orçamento das Universidades Federais vem a somar-se ao congelamento dos recursos públicos até 2036 devido à aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241/2016, inviabilizando as finalidades primordiais das Universidades Federais. As universidades formam profissionais e professores em todos os níveis. As Universidades públicas produzem mais de 90% da pesquisa e da inovação no país e prestam inúmeros serviços à população por meio de projetos e ações de extensão, hospitais universitários e parques tecnológicos. Somente pela pluralidade do pensamento, que inclui as Ciências Humanas e Sociais, a universidade promove a integração dos conhecimentos em uma estrutura intelectual sistematizadora do conhecimento de cada geração e estimula o conhecimento dos problemas do mundo presente, em particular os nacionais e regionais, como prevê a LDBEN.

Especificamente, na área de Psicologia, os cursos de graduação em Universidades Federais tem integração com outros cursos de outras áreas, inclusive com a área da saúde, para uma formação multidisciplinar em saúde pública com aplicações diretas para o Sistema Único de Saúde, além das clínicas-escola. As universidades públicas foram fundamentais para colocar a Psicologia brasileira entre os 14 maiores produtores mundiais de publicações científicas nesta área. Dentre os mais de oitenta cursos de pós-graduação na área da Psicologia, dos nove cursos melhor avaliados pela CAPES, sete são de universidades públicas, sendo cinco destes de universidades federais. Além da formação de recursos humanos para o ensino superior e divulgação da produção científica, a pós-graduação em psicologia qualifica a inserção profissional do psicólogo inclusive, mas não exclusivamente, em políticas públicas de saúde e de educação. A educação em psicologia tem compromisso de inserção social, aplicando o conhecimento produzido nacionalmente para o bem estar dos indivíduos, famílias, comunidades e sociedade. Os cortes no orçamento das Universidades Federais impactarão negativamente na produção de conhecimento científico nacional e na formação integral e qualificada de psicólogos e professores de psicologia em todos os níveis.

O Ministério da Educação promoveu cortes orçamentários nas Universidades Federais que afetarão profundamente a educação, a saúde, a produção científica e tecnológica. Os cortes não se justificam tendo em vista a autonomia universitária e a LDBEN, limitando grandemente as metas para 2024 estabelecidas pelo do Plano Nacional de Educação (Lei N° 13.005/2014). O MEC deve assegurar os recursos suficientes para a manutenção das atividades das Universidades Federais.

A doutrinação através da repetição de opiniões sem evidências não faz parte da realidade universitária, onde se pratica a educação, conforme previsto em leis que expressam a vontade popular de forma democrática e histórica. A doutrinação contra as Universidades Federais não é do interesse público. Por essas razões, a Sociedade Brasileira de Psicologia vem a público manifestar seu profundo repúdio ao corte de 30% dos repasses de recursos federais para todas as Universidades Federais, conforme anunciado pelo Ministério da Educação no dia 30 de abril de 2019.

 

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